Jovem fica com cicatriz gigante nas pernas após ser queimada por caravela-portuguesa no litoral do Paraná: 'Parecia ferro quente'

  • 30/01/2025
(Foto: Reprodução)
Brenda Gonçalves se queimou quando estava passeando com a família no balneário Shangri-lá, em Pontal do Paraná. Dermatologista dá orientações sobre o que deve ser feito em caso de queimaduras. Caso aconteceu no Balneário Shangri-lá, em Pontal do Paraná O que era para ser um passeio divertido com a família após 20 anos sem visitar a praia, se tornou um pesadelo para Brenda Gonçalves, de 29 anos. Ela foi queimada nas pernas por uma caravela-portuguesa no balneário Shangri-lá, em Pontal do Paraná, no litoral paranaense, e ficou com uma grande cicatriz nas pernas na região em que os tentáculos do animal encostaram. Assista acima. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram A jovem é moradora de Londrina, no norte do Paraná, e tinha ido com a família ao litoral para visitar uma amiga e passear, em novembro de 2024. Dois meses depois do acidente, Brenda ainda convive com as marcas do contato com o animal. Ela lembra que tudo aconteceu no segundo dia de viagem, quando estava com a cunhada na parte rasa do mar. Normalmente, as caravelas-portuguesas apresentam uma bolsa púrpura ou avermelhada que flutua acima da linha da água, sendo facilmente visível, com tentáculos que podem chegar a 50 metros de comprimento. “A gente estava de frente para outra e ela me disse ‘'Olha que bonito, o que é aquilo?’'. Aí na hora que eu fui olhar e ela começou a falar que estava queimando e saiu correndo. Quando eu olhei e vi o animal, tentei correr, mas eu já estava na mira da caravela, pois os tentáculos são muito grandes e comecei a sentir um choque. Eu tentei sair, mas me enrosquei e tropecei. Depois eu comecei a gritar de desespero." Brenda ficou com manchas gigantes nas pernas após ser queimada por uma caravela Arquivo pessoal Brenda afirma que ela, a mãe e o irmão tentaram retirar os tentáculos com as mãos, mas também tiveram queimaduras nos dedos. Segundo especialistas, não é recomendado utilizar as mãos sem proteção para retirar o animal. Veja mais orientações abaixo. Em seguida, Brenda foi levada até a faixa de areia, onde estavam as cadeiras da família. Ela também recebeu ajuda de outras pessoas que estavam na praia e ouviram os gritos de dor dela. Um homem chegou a jogar água doce na perna de Brenda, mas a atitude só piorou a situação. “A minha perna começou a ficar muito vermelha e me levaram para sentar. Quando eu cheguei, a dor tinha aumentado, parecia que eu estava com um ferro quente nas duas pernas, queimava, ardia e latejava. Muitas pessoas apareceram para ajudar e um rapaz pegou um galão de água gelada que a gente tinha levado e jogou nas minhas pernas. Na hora amenizou um pouco, mas depois a dor ficou muito pior”, explicou Brenda. O Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) foi acionado e encaminhou Brenda para a unidade de saúde. Ainda na ambulância, ela tomou quatro injeções de analgésico e antialérgico, recebeu um curativo com pomada para queimadura e teve a perna enfaixada. Depois, recebeu orientação e foi liberada. No Paraná, os acidentes com águas-vivas e caravelas aumentaram de 1689, no verão 2023/2024, para 17.648 nesta temporada no litoral do Paraná – um crescimento de 944%. O número corresponde ao período de 14 de dezembro de 2024 a 28 de janeiro de 2025, segundo o balanço da Operação Verão Maior do Corpo de Bombeiros. Leia também: Cascavel: Madrasta usou brinquedos e banquinho para induzir enteada a se afogar em máquina de lavar, diz MP; veja pontos da denúncia Vídeo: Imagens de cativeiro onde bebê foi resgatada após ser sequestrada em Curitiba são divulgadas Homem morreu: Motorista de Audi é alvejado com seis tiros na frente da família Recuperação Dois meses após o acidente, Brenda ainda está se recuperando Arquivo pessoal Brenda passou vários dias sem poder vestir roupas que pegassem onde os tentáculos encostaram, por isso, teve que trabalhar no modelo home office. Uma semana depois do acidente, mais problemas: ela começou a sentir coceira na pele. Viu, também, bolinhas vermelhas surgirem, semelhantes a uma reação alérgica. Por isso, precisou de acompanhamento médico novamente. “Cheguei na emergência e o médico ficou bem surpreso com a situação que estava a minha perna. Eu tive que tomar mais injeções com antialérgico e soro com corticoide. Só assim fui começando a melhorar”, relembrou. Atualmente a jovem conta que está melhor, mas ainda convive com as manchas. Por conta disso, ela afirma ter que evitar a exposição ao sol. As marcas afetam, também, a autoestima da jovem. “Eu fiquei bem mal, nervosa e assustada. Eu estava muito feliz e ansiosa de ir para a praia, mas tudo isso foi um pesadelo. Já quebrei meu dedo, já tive cortes feios, queimei minha mão com ferro, mas nada se assemelha a dor que foi a toxina desse animal. Não desejo para ninguém”, afirmou Brenda. O que fazer em caso de contato Água-viva da espécie Caravela-Portuguesa Matias Gomes Conforme o dermatologista André Lauth, após o contato com uma água-viva ou caravela, a pele pode apresentar vermelhidão, inchaço, dor intensa e marcas lineares ou irregulares. Essas reações ocorrem devido à liberação de toxinas pelos tentáculos do animal, que entram em contato com a pele através de células urticantes chamadas cnidócitos, segundo o especialista. Se um contato com o animal acontecer, a recomendação é: Remover com cuidado os tentáculos que possam ter ficado presos à pele, sem tocá-los diretamente com as mãos, utilizando uma pinça ou luvas; Lavar a região com água do mar, pois a água doce pode ativar mais células urticantes, intensificando a liberação de toxinas; Usar solução de vinagre na lesão, já que o ácido acético ajuda a neutralizar as toxinas liberadas por algumas espécies. Lauth ainda orienta que métodos populares, como o uso de álcool ou urina, não devem ser feitos, pois podem piorar a reação. Esfregar ou coçar a área da queimadura também não é aconselhado, já que isso pode agravar a inflamação e aumentar o risco de infecção, segundo o dermatologista. Caso não ocorra melhora, um especialista deverá ser procurado. "O dermatologista irá acompanhar a evolução da lesão, prevenindo complicações como hiperpigmentação ou cicatrizes permanentes. A maioria das queimaduras por água-viva se resolve em poucos dias a semanas, mas o acompanhamento especializado é fundamental para garantir a recuperação adequada", orientou Lauth. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Veja mais notícias em g1 Norte e Noroeste.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2025/01/30/jovem-fica-com-cicatriz-gigante-nas-pernas-apos-ser-queimada-por-caravela-portuguesa-no-litoral-do-parana-parecia-ferro-quente.ghtml


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