Morte de enteada em máquina de lavar: veja o que se sabe sobre crime que tornou madrasta ré no Paraná

  • 28/01/2025
(Foto: Reprodução)
Morte aconteceu em maio de 2022, em Cascavel. Suzana Dazar dos Santos é acusada facilitar a morte da menina por sentir ciúmes do pai da criança e acreditar que ela prejudicava o relacionamento dos dois. Afogamento de criança: Justiça recebe denúncia de homicídio A morte por afogamento da menina Isabelly de Oliveira Assumpção, em uma máquina de lavar roupas, levou a madrasta dela, Suzana Dazar dos Santos, a ser denunciada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) e virar ré na Justiça. Assista ao vídeo acima. Suzana é acusada de ter usado brinquedos e um banco para induzir a menina a se afogar no eletrodoméstico. Isabelly tinha três anos de idade e morreu em maio de 2022, na véspera do dia das mães, em Cascavel, oeste do Paraná. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram A seguir, o g1 lista o que sabe sobre o caso e que falta ser esclarecido: O que se sabe sobre o dia da morte de Isabelly; O que alega o Ministério Público na denúncia; O que diz a defesa da madrasta; O que dizem os pais da menina; Por quais crimes Suzana irá responder; O que falta ser esclarecido. 1. O que se sabe sobre o dia da morte de Isabelly Menina de três anos morreu afogada em máquina de lavar; madrasta virou ré Reprodução RPC A morte de Isabelly foi registrada em 7 de maio de 2022, um sábado, véspera do dia das mães naquele ano. A menina, que vivia com a mãe, passava o fim de semana com o pai. Na hora do afogamento, ele estava trabalhando, e Isabelly ficou sob os cuidados da madrasta, Suzana. Na época, a PM informou que a criança morreu afogada após cair dentro da máquina. Conforme a polícia, a madrasta foi quem encontrou a criança no local e chamou por socorro, momento em que os vizinhos acionaram equipes do Samu e também dos bombeiros da cidade. As corporações estiveram no local e realizaram procedimentos, mas não conseguiram reanimar a menina. 2. O que alega o Ministério Público na denúncia Imagem que consta no inquérito mostra cenário onde menina foi encontrada morta Reprodução RPC Para o MP, "a denunciada previu e assumiu conscientemente o risco de ocasionar a morte da vítima". O documento, que tramita em segredo de Justiça, foi obtido com exclusividade pela RPC Cascavel. Nele, o órgão elenca quatro fatos considerados na denúncia: Colocou um banco de plástico em frente da máquina de lavar roupas que estava cheia de água; Depositou alguns brinquedos da criança dentro do referido eletrodoméstico; Colocou Isabelly sobre o banco para que ela brincasse com os objetos que estavam na água; Saiu do local (lavanderia do imóvel), deixando a vítima sozinha e sem supervisão por tempo suficiente para que o evento morte ocorresse. De acordo com a denúncia, o crime foi motivado por ciúmes e sentimento de posse da madrasta em relação ao pai da criança. Isso porque a mulher acreditava que a menina estava prejudicando o relacionamento entre os dois, por causa da proximidade dele com a mãe da menina. Leia também: Tragédia: Motorista de Audi é alvejado com seis tiros na frente da família e morre em hospital Justiça: Ex-vereadora é condenada a 18 anos de prisão por falsificar listas de crianças em vulnerabilidade social para aumentar lucro de empresas laranja Vídeo: Imagens de cativeiro onde bebê foi resgatada após ser sequestrada em Curitiba são divulgadas 3. O que diz a defesa da madrasta Os advogados de defesa de Suzana dizem que a denúncia é exagerada e que o que aconteceu foi um "acidente". Eles afirmaram, ainda, que a madrasta e enteada tinham uma boa relação e que "não tem indícios que tenha intenção de ter ceifado com a vida dela", afirmou o advogado Paulo Hara Júnior. "Nós entendemos que não tem dolo, não tem marcas, nada mencionando isso no processo. Temos que analisar o processo de acordo com a lei, o mínimo que pode ter é culpa. Porque se fosse a mãe biológica? Infelizmente acontece de soltar a mão. Nesse caso só porque é madrasta?", disse Suelane Gundim, advogada que também defende Suzana. 4. O que dizem os pais da menina Para a defesa da mãe da menina, o cenário foi preparado para que houvesse a morte da criança. "Ela preparou toda uma situação para que o crime acontecesse. A máquina, o banquinho, ela estava de meia, os brinquedos foram colocados dentro da água. Pelo histórico da família ela não era de brincar, vários indícios levam a crer que tudo foi preparado, para que resultasse na morte", afirmou o advogado de defesa Alexander Beilner. "O fato dela ficar mais de trinta minutos sozinha numa lavanderia nessas circunstâncias graves. Todos esses indícios que constam nos autos, que foi deliberado pela madrasta", disse Beilner. O pai da menina Isabelly, Alex dos Santos Assumpção, em entrevista à RPC, disse que recebeu com alívio a decisão da Justiça em aceitar a denúncia contra a então madrasta. “Nada vai reparar a perda, ter perdido ela, mas a justiça vai acalmar um pouco o nosso coração. [...] Devido às provas que tem, que vieram e que estão por vir, a gente acredita que eles estão muito certos. Não tem sido fácil esses últimos tempos para nós, porque é uma perda irreparável, posso dizer que não quero que ninguém passe por isso que a gente passou, mas que a justiça seja feita”. 5. Por quais crimes Suzana irá responder Criança morreu após cair em máquina de lavar roupa no dia 7 de maio de 2022 Diego Canci/RPC Cascavel Na denúncia contra Suzana, o MP afirma que o crime foi praticado por motivo torpe, pela motivação de ciúmes e sentimento de posso com relação ao pai da criança, e qualificado também pela morte da menina por "asfixia mecânica interna", que é o afogamento. O MP também qualificou o crime como violência doméstica e familiar. A defesa de Suzana tem até a sexta-feira (31) para se manifestar. Depois, caberá ao juiz definir se mantém o caso como homicídio com dolo eventual, o que a levaria a júri popular, ou se haverá alguma alteração na denúncia. 6. O que falta ser esclarecido Como o processo tramita em segredo de Justiça, não é possível saber como o caso, que inicialmente foi tratado como fatalidade, passou a ser considerado crime. Falta ser esclarecido, efetivamente, se houve intenção, ou não, na facilitação da morte da criança. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Veja mais notícias em g1 Oeste e Sudoeste.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2025/01/28/morte-de-enteada-em-maquina-de-lavar-veja-o-que-se-sabe-sobre-crime-que-tornou-madrasta-re-no-parana.ghtml


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